O primeiro dia de enfermagem hospitalar

dia de enfermagem

Era meados de 1976, uma noite chuvosa, porém calma, com as mãos ainda calejadas da roça.
Depois da primeira empreitada do dia, às vinte e três horas, era troca de plantão.
À meia noite, hora da medicação derradeira do dia, sob o silêncio já reinante nos duzentos metros de corredor com assoalho feito de tábuas estreitas encaixadas como as de forro de Pinus sp.
Bandeja de inox seguras nas mãos com seringas agulhadas ou não, ia aos leitos dos pacientes que necessitavam da medicação marcada para aquela hora.

Posteriormente, no postinho de enfermagem sobre um banco de courvin preto ficava deitado por períodos variáveis, ouvidos atentos para as campainhas externa e internas, fugia os sentidos da realidade e vagava numa espécie de pesadelos e sonhos curtos que muitas vezes se misturavam com a realidade e o medo de barulhos de toda a espécie.
As cinco horas da manhã iniciava novamente as atividades.

Verificação de pressão arterial dos pacientes internados e, logo após, a medicação das seis.
As sete, agora era o sino da escola que  chamava.
Um rápido café e aula até as onze horas.

Resumidamente iniciei a minha carreira na saúde assim.

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