Adolescência e a busca do ser

Adolescência e puberdade

A idade é bastante relativa da etapa marcada por transformações, entre elas, a emergência da sexualidade, chamada adolescência. 
Fase especial no processo de desenvolvimento da pessoa, onde há uma espera, uma espécie de confusão de papéis e uma certa dificuldade de estabelecer sua identidade própria. 
É um período que passou a ser quase um modo de vida entre a infância e a idade adulta incorporada pela cultura ocidental e assimilada pela sociedade, muitas vezes, através dos meios de comunicação de massa. A adolescência não é uma simples transição entre a infância e a idade adulta; possui uma mentalidade própria com um psiquismo característico dessa fase tão importante do ser humano. 

Cada geração tem sua juventude muito idêntica a si própria no decurso dos séculos; que “toda a adolescência leva além do selo individual, o selo de meio cultural e histórico” (Aberastury, 1981, p. 28). Knobel diz que “o adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades extremas, uma vulnerabilidade especial para assimilar os impactos projetivos de pais, irmãos, amigos e de toda a sociedade”; pois, as suas cobranças são pressupostas como sendo de direito. 

Ainda aparecem terceiros que tentam “moldar” a consciência, os ideais, os sonhos, o tipo de crenças do adolescente como sendo um inútil que não vive a experiência da realidade e as retroalimentações próprias.  A “crise” serve para uma busca da ordem ideal elaborada a partir dessa experiência da realidade, na qual a norma ou a lei é contrariada pelos acontecimentos vividos. 

O mesmo ocorre no que diz respeito à construção de uma identidade nova (o que acontece durante toda a vida, pois a identidade está em constante transformação). A rebeldia, a instabilidade afetiva, o valor da turma, as crises religiosas, as contradições, as crises de identidade (Knobel, 1981), para citar apenas algumas marcas da adolescência; não devem ser reprovadas em sua totalidade, mas alicerçadas pelos, já citados, pais, irmãos e amigos. Essa mesma rebeldia é enfatizada por Osório (1992) com a afirmação de que, “sem rebeldia e a contestação não há adolescência normal”.  Essas concepções são marcadas pelo “adultocentrismo”, isto é, o parâmetro é sempre o adulto. 

Diz serem extremamente consumistas ou desejam consumir, mesmo quando não têm condições para isso e apresentam problemas, principalmente na área das relações amorosas ou de outros vínculos, apresentando sinais de solidão. Apesar de algumas referências às condições socioeconômicas e de classe, os psicólogos e assistentes sociais não enfatizam claramente essas características ao falar sobre o mundo adolescente.

Se o adolescente for integrante de uma família harmoniosamente estruturada, sem grandes conflitos e brigas incongruentes, ele está salvo de muitos desajustes na busca de sua identidade, seu autocontrole, seu caráter, sua fé e objetivos futuros. Os pais podem funcionar como âncoras nas tempestades emocionais, amorosas e vocacionais, levando o adolescente a um equilíbrio sereno capaz de tornar-se um jovem-adulto útil e transformador da sociedade.

Eu, mesmo tendo sido piegas na adolescência e pai de adolescentes, vivo a alegria de saber que existe uma fase assim, tão bela na vida da gente! Ainda me sinto um pouco adolescente!

Referências Bibliográficas

          Osório, L. C. (1992). Adolescente hoje. Porto Alegre. Artes Médicas.
          Aberastury, A. & Knobel, M. (1981). Adolescência normal. Porto Alegre. Artes Médicas.

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