As luzes da idade das trevas parte 02

A queda de Roma

Há um paralelo entre a forma do raciocínio escolástico e a catedral gótica, demonstrando que ambas refletem a mesma finalidade: criada uma harmonia, sejam linhas de pensamento filosófico, ou colunas, vitrais e altos relevos.

A Igreja era a única instituição na Europa que manifestava interesse consistente pela preservação e cultivo do saber. Das escolas catedrais surgiram a universidades em Paris, Bolonha, Oxford e Cambridge na segunda metade do século XII.
Quando da Reforma Protestante, no início do século XVII, já havia oitenta e uma universidades. O cuidado e respeito pelo saber fazia com que toda a profissão tinha valor e para ser um profissional em alguma coisa a pessoa tinha que fazer uma “Obra Prima” com testemunhas presentes para receber o título de Mestre do Fazer, como padeiro, marceneiro, pintor, e outros.

O intenso esforço de tradução permitiu recuperar muitas obras do mundo antigo: geometria Euclidiana, a lógica, a metafísica, a filosofia natural e a ética aristotélica. Santo Tomás de Aquino, um dos maiores pensadores de todos os tempos, com o método usado na Suma Teológica de grande prestígio levava o aluno pensar de maneira filosófica. Demostrava claramente que fé e razão não são antagônicas e sim conciliáveis. A razão era como árbitro decisivo para a maior parte dos debates e controvérsias intelectuais. Outros favorecimentos do êxito intelectual foram os copistas, a língua latina como língua única para comunicação de ideias naquele período, na maior parte do ocidente. As “universitas” tinham portas abertas a todas as culturas: grega, romana, árabe e judaica, Tornando-se depositária e reelaboradora do pensamento por ela legado. Havia bolsa de estudos e prebendas. Elaborou-se a distinção de graduação e pós-graduação.
Era grande o empenho com que se ministrava a lógica formal, revelando uma civilização que almejava a compreensão e persuasão conhecida como Escolástica. Usavam-se confrontos e posições opostas seguido da solução da questão em debate pelo recurso à razão e à autoridade; sempre em busca da verdade.
O ensino da época tinha como objetivo produzir virtude às pessoas centrada no indivíduo e sua personalidade. Entendeu-se que o corpo reflete as maiores aspirações da pessoa, como a morte de Sócrates e de Cristo.

O corpo tinha que ser afinado; a inteligência humana é tão dependente do corpo, muito mais do que se imagina (o corpo fala). Antes da Revolução Francesa a pessoa era considerada de identidade divinamente única, com a honra do nome, não importando a classe social. Economia baseada no modo de produção feudal, com três classes bem definidas: clero, nobreza e vassalagem. Havia mobilização de pessoas de uma classe para a outra (vários sábios eram filhos de servos da gleba), de acordo com o interesse pessoal; se um nobre cometesse um crime era rebaixado para a plebe.

A eliminação da escravidão ocorreu paulatinamente, conforme os escravos iam se convertendo à fé cristã, não fazia mais sentido ser escravo, este passava a ser praticamente livre, recebia um tipo de “arrendamento” de terra e passava a ser chamado servo da gleba, podia casar-se, tinha direito de moradia e ficar com os seus filhos.
Pagava um valor fixo ao dono. Se o proprietário vendesse a terra, o servo da gleba e sua família permaneciam nela e continuavam pagando o mesmo percentual de imposto, que era um direito adquirido pelo camponês para não ser cobrado imposto maior. A Igreja construiu hospitais e socorria com bens, muitas vezes, quando havia catástrofes como: terremoto, peste, invasões, geada e neve. Depois os beneficiados devolviam do jeito que podiam para a igreja com trabalho e numerários como gratidão.

A transição da baixa Idade Média para o Renascimento não foi acompanhada de uma ruptura radical entre a racionalidade e a fé cristã, lembrando que os principais artistas italianos do período eram cristãos. A partir do Renascimento houve a derrocada da cultura e ascensão da ciência.

Os pensadores modernos mataram Deus e colocara o homem em Seu lugar (livro: A Gaia Ciência de NIETZSCHE).

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