Bêbados atrás das grades somos nós

Prisioneiros dentro da própria casa

Tem lei para praticamente cada ato que se realiza no dia a dia. Tem a lei das drogas lícitas e das ilícitas, por exemplo; lembrando que cerveja também, pela catalogação oficial, é droga. Álcool, tabaco, maconha, cocaína, são drogas. Então, quantas pessoas se drogam todos os dias?

Estamos nos drogando em inumeráveis ambientes e isso não tem problema nenhum para a sociedade e para a lei, a não ser que, numa eventualidade, ocorra um acidente e o condutor do veículo esteja alcoolizado. Mas se na rua tiver um menino fumando um baseado, causa um constrangimento nas pessoas, nos vizinhos, vão ligar pra polícia e vão prender o menino, por ele estar usando também uma droga.

Estamos ensinando as crianças, os adolescentes e os jovens a usarem toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas funções. Há um grande tabu envolvendo estas substâncias genericamente chamadas de drogas. Que hipocrisia, um serviço de utilidade pública, uma campanha publicitária usar o “slogan”: “droga nem pensar”. Isso só alimenta esse tabu e faz a sociedade não encarar o problema e debater seriamente o assunto.

Há leis contra e a favor, mas não se exerce a ética e a moral natural. Ações boas tendem a promover a saúde, o bem estar, o bom convívio, mas parece tudo nos frustrar. É uma utopia de que a lei e o aparato repressivo são suficientes para a grande crise que o mundo vive hoje com o uso das drogas. A justiça trata de maneira discriminatória as pessoas, quase como castas sócio raciais.  Setenta e cinco por cento da população de presos são negros ou descendentes, periféricos, sem formação, que furtaram ou roubaram. Esses dependentes praticaram pequenos furtos e roubos para alimentar seus vícios.

Sobre nós as leis continuam todos os dias nos desafiando em cumpri-las, pagamos o preço dos descasos dos próprios legisladores e fiscalizadores. Somos reféns das escórias da sociedade usurpadora através do utilitarismo capitalista desenfreado.  “Princípio do bem-estar máximo” àqueles sem caridade, iludidos com suas ganancias e imanência da própria felicidade no tempo, já agora.

Vamos desafiar como o Gabriel Pensador
 Nós somos vítimas da violência...
“Nós somos vítimas da violência estúpida que afeta todo mundo, menos esses vagabundos lá da cúpula corrupta hipócrita e nojenta
Que alimenta a desigualdade e da desigualdade se alimenta
Mantendo essa política perversa
Que joga preto contra branco, pobre contra rico e vice-versa
Pra eles isso é jogo, esse é o jogo
Se morre mais um assaltante ou mais um assaltado, tanto faz
Pra eles não importa, gente viva ou gente morta
É tudo a mesma merda
Os velhos nas portas dos hospitais, as crianças mendigando nos sinais
Pra eles nós somos todos iguais
Operários, empresários e presidiários e policiais
Nós somos os otários ideais
Enquanto a gente sua e morre
Só os bandidos de gravata seguem faturando e descansando em paz
Enquanto esses covardes continuam livres, nós só temos grades
Liberdade já não temos mais”!

Um comentário:

  1. Cada vez mais grades para se esconder dos ladões, mas os maiores ladões foram eleitos por nós. Será que votamos certo?

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