As luzes da idade das trevas parte 01

Império Romano

Na antiguidade o saber era seletivo, não eram todas as pessoas que tinham direito ou condições sociológicas para estudar. Por isso, a maioria dependia diretamente dos “letrados” para obter algum conhecimento além dos da tribo, clã ou da família.

O fim da antiguidade historicamente estimado com a queda do Império Romano, ruina da sua civilização ocidental, em 476 d.C. Marcado com a tomada de Roma pelos hérulos (tribo germânica originária do sul da Escandinávia). Também devido ao declínio gradual nos três séculos anteriores. Com o enfraquecimento econômico e do poderio militar facilitou enormemente as invasões dos bárbaros.
Este evento tornou possível o desenvolvimento da cultura germano-romana; o nascimento de diversos estados e nacionalidades deu novo impulso à influência da Igreja cristã e levou à criação dos fundamentos do poder dos Pontífices. Baseado na consulta de documentos históricos sem interesses ideológicos esta mesma história corrobora com as luzes que existiram na dita Idade das Trevas.

Aqui é demonstrado como a conversão dos bárbaros foi essencial para a transmissão do conhecimento e da cultura erudita romana. Essa constatação por si só seria suficiente para demonstrar que a Igreja Católica não é obscurantista, mas quer proceder a uma releitura dessas culturas a partir da ótica de sua doutrina. As ordens monásticas nesse trabalho de manutenção da cultura foram importantíssimas, lembrando que a máxima de São Bento de Núrcia, “Ora et labora” (Trabalha e reza) pede que o monge exerça atividades intelectuais e manuais no mosteiro. Os monges, nesse ponto, foram originais criando técnicas agrícolas e metalúrgicas que somente seriam superadas a partir da Revolução Industrial inglesa (Séc. XVIII). Thomas E. Woods Jr afirma a importância da Igreja Católica na criação das universidades medievais a partir das abadias e escolas catedrais, invenção genuinamente medieval e que hoje marca a difusão da cultura em todas as partes. Livro: Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental. São Paulo, Quadrante. 2008.
Afirma Daniel Rops, historiador que ganhou um Prêmio da Academia Francesa de Letras, que: “Se a Igreja Católica Romana não tivesse tido uma admirável organização temporal como poderiam ter subsistido os melhores princípios do Evangelho?” [“A Igreja dos Tempos Bárbaros”, Ed. Quadrante, vol. II, 1991, SP, pág. 85, v. II]. Infelizmente muitos professores, estudantes secundários e universitários e até mesmo muitos católicos, têm uma visão totalmente deformada a respeito da Igreja Católica, sua vida e sua História. Criticar a religião cristã católica é um pressuposto politicamente correto em todas as mídias: filmes, livros (“Código da Vinci”), revistas, programas de TV, internet etc.

Seis séculos em que os mais variados povos e civilizações permanecem numa verdadeira encruzilhada da História na qual a Igreja começa a desempenhar o papel de condutora espiritual e cultural dos povos e protetora dos pobres e desvalidos. Única instituição válida a permanecer de pé entre os escombros do Império Romano, quando recaiu sobre ela a responsabilidade de “defensora da cidade” no momento em que o povo bárbaro saqueou, assassinou e destruiu praticamente tudo na Roma antiga

Continua...

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