Dependência química: caminho para o cárcere sem algemas

Dependências químicas

As drogas lícitas e ilícitas são hodiernamente um dos principais problemas de saúde pública mundial. 

Sua dependência é produzida por uma imagem distorcida e aumentada da droga, gerando uma incontrolável atração por ela.
Também chamadas de drogas de abuso: utilizadas com fins de produzir prazer, pois, normalmente agem nas áreas cerebrais responsáveis pelo prazer e recompensa. Em busca de um êxtase proporcionado pelo uso dessas substâncias químicas, adolescente, jovens e adultos passam a usá-las descontroladamente, levando ao uso de risco ou à dependência.

As drogas pervertem o sistema de prazer e recompensa localizada no cérebro (sistema Límbico).  A dependência é fruto do mecanismo psicológico que induz o indivíduo a buscar o prazer e evitar o desprazer por consequentes alterações cerebrais que a droga provoca.
A dependência é um processo de “aprendizado”. O fumante, por exemplo, pela manhã já manifesta sintomas da abstinência. Fica irritado e sua capacidade de concentração baixa. Ele fuma, o desconforto diminui. Vinte minutos depois, o nível de nicotina no cérebro cai, voltam os sintomas da abstinência e ele vai “aprendendo” a usar a droga pelo efeito agradável que proporciona e para evitar o desprazer que sua falta produz.

A dependência química compreende o mecanismo psicológico de buscar a droga, e a necessidade biológica (tolerância) que se criou no organismo. Disso resulta a diversidade de comportamentos dos usuários. O prazer de comer, conversar, estabelecer relacionamentos afetivos, trabalhar, como fontes de prazer que valorizamos; pela sua pouca intensidade, não são suficientes comparados com o prazer que a droga oferece.

O mecanismo de recompensa cerebral é importante para a preservação da espécie e ninguém é contra o prazer. Ao contrário, deveríamos estimular o surgimento de inúmeras fontes de prazer, desde os pequenos eventos da vida. A dependência química, entretanto, cria uma ilusão de prazer que acaba perturbando outros mecanismos cerebrais. Se, fumando um baseado, a pessoa relaxa, findo o efeito, a ansiedade ganha força, porém ainda normal e a síndrome de abstinência é imediata. Ocorre o efeito rebote.

A cocaína age de outra forma. O efeito rebote está na impossibilidade de sentir prazer sem a droga. Passada a excitação que ela provoca na pessoa não volta ao normal. Fica deprimida, desanimada. Tudo perde a graça. Como só sente prazer sob a ação da droga, torna-se um usuário crônico. O desejo de intensificar o prazer ao máximo empurra a pessoa para uma guerra que jamais será vencida.
Primeiro aparece o efeito prazeroso e, depois, o desprazer. Com a cocaína, isso é mais intenso. Seu efeito de excitação e de prazer é imediato, ocorre em poucos segundos. Alguns minutos depois, desaparece o prazer e surgem os efeitos desagradáveis. Confrontando os dois, prevalece a lembrança dos bons momentos e a pessoa volta a usar a droga.

Os usuários de drogas, como álcool e maconha, por exemplo, podem ser constituídos por dois grupos: 
Um grupo, por adolescentes e jovens que perderam o interesse por tudo o que faziam. Não estudam nem trabalham. Estão completamente desmotivados. O que chamamos de síndrome amotivacional. O outro grupo é formado por pessoas nas quais se estabelece uma relação complexa entre maconha e doenças mentais como psicose e depressão.
O dependente de cocaína usa muito as bebidas alcoólicas, pois, existe um círculo vicioso. O álcool incentiva o consumo de cocaína e vice-versa.
Se o dependente se psicoadaptar à sua miséria, se não tiver mais esperança de que pode ser livre, não há como ajuda-lo. É importante não desistir nunca, jamais abandonar a si mesmo.

O problema só será prevenido, alterado e superado se ocorrer um estreito relacionamento familiar, modificando as interferências na rede social, que sempre é inscrita em um contexto sócio histórico objetivo. Portanto, a pessoa deve se livrar do relacionamento com os participantes do grupo social que o leva a possíveis recaídas.

“A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau” (Mark Twain).    

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