O uso de medicamentos não deve ser banalizado

uso irracional de medicamentos

No século XX, principalmente após os anos 50, o uso de medicamentos se tornou a ferramenta mais empregada no tratamento das doenças, sintomas e na recuperação da saúde. A grande disponibilidade de medicamentos industrializados tornou-se suporte essencial da classe médica contemporânea.

Criou-se na população uma expectativa cultural e social da existência de remédios para todos os males. Isso contribuiu para a chamada medicalização, isto é, a ampla intervenção da medicina e do medicamento na vida das pessoas.

Reconhece-se mundialmente que o uso irracional de medicamentos ocorre por excesso, por falta e por uso desnecessário ou impróprio. Os erros de medicação no Brasil são imensos. Estima-se que a metade dos pacientes não tomam seus medicamentos corretamente. (Brundtland, 1999).

Muitos pacientes são despreocupados e irresponsáveis com a medicação que usam tanto no uso eventual com no uso contínuo. Esquecem o horário e tomam quando lembram. Tomam de maneira errada, mastigam o comprimido ou drágea mesmo sabendo que é incorreto, tomam um anti-inflamatório duas a três horas depois que se alimentam, isto é, com estômago vazio, potencializando o risco de uma doença gastresofagiana.  É claro que existe a falta de orientação profissional, mas a pessoa deve valorizar o medicamento como uma “espada química que pode matar ou curar”.
Inventam desculpas para não usar a medicação nos finais de semana, como se tomar uma latinha de cerveja com medicamento para pressão ou diabetes faria mal. Não se deve deixar de tomar qualquer medicamento para tomar uma cerveja e sim tomar o medicamento normalmente. Agora, ser alcoólico é outros quinhentos e pode haver muitas outras implicações.

Os pacientes adiam exames ano após ano. Não gostam de esperar o médico. Não ajudam o médico a entender seu problema e o médico acaba prescrevendo medicamentos errados ou desnecessários. Não assumem o tratamento na parte da dieta, repouso ou exercício físico. Muitas vezes, baseados em mitos, pensam que tomar só o medicamento por certo período já é suficiente e pronto. Quando não abandonam o tratamento logo que desaparecem os sintomas.

O medicamento deve ser ingerido no horário correto de acordo com a sua característica, para que o nível plasmático seja ideal (foram feitos milhares de estudos para se encontrar a dose correta, o efeito terapêutico, efeitos colaterais e adversos e, o intervalo de tempo para ser usado determinado medicamento). Também os medicamentos de liberação modificada precisam do seguimento de sua correta posologia. Se for um comprimido com revestimento ou estrutura que permitem uma liberação prolongada, altera-se a função do comprimido quando se corta ou se esmaga, correndo o risco de ocorrer uma absorção intensa e uma possível intoxicação, ou ao contrário: deixar de fazer o efeito esperado.

Manter os medicamentos em sua embalagem original.  Muitas pessoas jogam a caixa e a bula fora, ficam sem saber como tomar e muitas vezes não sabem mais para que serve tal medicamento.
Não tomar medicamento com refrigerante, porque o gás do refrigerante pode modificar a acidez natural do estômago e alterar a absorção do medicamento. E muitos medicamentos não devem ser tomados com leite e nem com café.
O Líquido ideal para Tomar medicamentos é a Água. Recomenda-se um copo cheio; para que as formas sólidas orais sejam conduzidas até o estômago, não tendo muito contato com o esôfago.  A água facilita a dissolução das formas sólidas orais, diminui a irritação do estômago e contribui para sua absorção.

Manter sempre o mesmo horário das tomadas de cada medicamento. Se tomar mais de um medicamento criar uma agenda ou tabela com os horários dos medicamentos. Se o medicamento for para ser tomado em jejum (estomago vazio), ingerir entre 30 a 60 minutos antes da refeição ou duas horas após.
Há necessidade de ajustar a dosagem dos medicamentos para pessoas acima de 65 anos, que normalmente utilizam mais medicamentos que outras faixas etárias e são mais vulneráveis aos efeitos colaterais e adversos.

Para o bom uso de tudo que a ciência e a tecnologia nos oferecem carece de nos inteirarmos delas cada vez mais.

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